Você sabe a diferença entre crescimento e desenvolvimento? Crescer é ganhar em peso e altura. Desenvolver é se aprimorar e melhorar continuamente.
Já viu um livro de puericultura de um bebê? Aquele livrinho que consta todos os dados médicos e fisiológicos das crianças recém nascidas, que os pais ganham na maternidade. Lá são registrados todas as fases do crescimento infantil e as linhas são sempre ascendentes, o gráfico sempre aumenta!!
Aristóteles acreditava que alcançar a plenitude do florescimento das capacidades humanas é o sentido e fim de todo desenvolvimento. Neste sentido, desenvolvimento é “crescer” em contextos diferentes, é aumentar habilidades em todos os aspectos que fazem parte do nosso entorno cotidiano.
E como será que são as fases do desenvolvimento infantil?
O desenvolvimento é um processo contínuo, ou seja, durante toda a vida nos desenvolvemos. Mas, é nos primeiros anos de vida que, de forma extraordinária, a criança adquire inúmeras possibilidades de estar em contato com o ambiente e explorar a aquisição das inúmeras capacidades humanas.
É encantador! Por isso, a primeira infância é uma “janela de oportunidades” para o desenvolvimento.
Este desenvolver-se envolve diferentes aspectos humanos, como:
- Motor – é impressionante o que acontece com a criança em apenas 1 ano de vida. Sai de uma posição totalmente passiva e dependente para a marcha independente!
- Cognitivo – nos primeiros 2 anos a criança aprende a dar nome e função aos objetos que fazem parte de sua vida. Ela adquire inúmeros conceitos que serão base para o desempenho de habilidades escolares.
- Afetivo – é reconhecer-se como parte de uma família. Saber-se amado!
- Social – perceber que o mundo é muito mais que “eu”, aprender a dividir, etc.
- Sensorial – processar informações de um mundo que tem cheiro, sabor, cor, forma e sons.
Estes aspectos são total e completamente interligados. O desenvolvimento é a interação entre eles. E assim se dá o nascimento de um sujeito completo e complexo, dotado de inúmeras habilidades, inclusive a de rever e ressignificar estruturas e padrões, tanto subjetivas e individuais quanto coletivas e sociais.
Logo, a primeira infância deve ocupar o lugar de importância que tem. Afinal, como diz o documentário O Começo da Vida, “estamos formando a humanidade”.
Os primeiros 1000 dias são o ponto alto do desenvolvimento sináptico. É neste momento que o cérebro mais cresce e se desenvolve. É neste momento que a base neuronal para a vida toda é consolidada!
Importante isso, não é?
Durante o processo de desenvolvimento a criança experimenta avanços importantes e visíveis como andar, falar, se alfabetizar, socializar.
É muito ganho de habilidade em um tempo relativamente curto. Crescer e se desenvolver não é algo tão simples, demanda energia e estímulo, mas é fundamental lembrar que cada ser humano se desenvolve de maneira única e particular.
Nesta série de textos vamos falar sobre a primeira infância. Esta é a fase que se inicia com o nascimento e vai até os 6 anos de idade e é a fase conhecida como “fase de ouro do desenvolvimento”.
Esta denominação se dá devido às inúmeras possibilidades de crescimento e desenvolvimento. É o momento de investir tempo em estimulação, pois as habilidades psicomotoras, sociais e emocionais terão seu alicerce nesta fase e, darão suporte para o sucesso na aprendizagem, escolar ou não.
Dividiremos a primeira infância nas 3 fases do desenvolvimento infantil
DA CONCEPÇÃO AOS 2 ANOS
O desenvolvimento dos pequenos se inicia logo após a concepção. Alguns fatos que citarei a seguir nos prova a grandeza da evolução do sujeito.
NA BARRIGA DA MAMÃE
No segundo mês de gestação se inicia a formação do sistema nervoso e dos aparelhos digestivo, circulatório e respiratório do bebê. Os olhos, a boca, o nariz, os braços e as pernas também estão se desenvolvendo.
No quarto mês de gestação o bebê é capaz de perceber alterações de luz e diferenciar gostos amargos e doces.
No sétimo mês de gestação o bebê consegue ouvir e reagir a estímulos sonoros, como músicas e conversas.
No oitavo mês de gestação os pulmões estão quase prontos e os ossos se tornam mais resistentes.
OS PRIMEIROS ANOS
Com 1 mês de vida o recém nascido é capaz de focar objetos a 90 cm de distância.
Aos 4 meses a criança começa a imitar alguns sons que ouve à sua volta.
Aos 6 meses o bebê já consegue se sentar sem apoio, ou seja, já consegue ter controle sobre seu tronco.
Entre os 6 e os 8 meses a criança é capaz de segurar os objetos de forma mais firme e estável.
A partir dos 12 meses a criança começa a dar seus primeiros passos, porém seu equilíbrio ainda está em processo de amadurecimento pois os músculos das pernas não estão totalmente fortalecidos.
Até os 2 anos a criança vive a fase sensório motora, onde as descobertas do mundo são experimentadas via sensações e transformadas em aprendizado.
DOS 2 AOS 4 ANOS
Por volta dos 2 anos de vida a criança que antes era brincalhona e risonha passa a surpreender os pais com as birras, as teimosias e até a agressividade.
É a chamada adolescência do bebê, que se estende, em média, dos 18 meses aos 3 anos de idade e marca o começo da percepção dos pequenos enquanto indivíduos.
Aos dois anos a criança começa a subir e descer escadas sem ajuda. Pode falar na terceira pessoa porque ainda não compreende completamente o conceito de “eu” ou “eu” que os separa do resto do mundo. E inicia-se a coordenação olho-pé que permitirá a criança chutar.
Aos três anos a criança já tem aproximadamente metade de seu peso corporal adulto com bom controle de intestino e bexiga. Muitas vezes, não é capaz de distinguir entre o que é fantasia e o que é realidade.
Aos quatro anos a criança apresenta grande atividade motora e já consegue controlar melhor os movimentos. Já consegue escovar os dentes, pentear-se e vestir-se com pouca ajuda. Já identifica noite/dia, ontem/hoje.
Nesta fase a criança ainda tem necessidade do concreto para aprendizagem.
DOS 4 AOS 6 ANOS
É o final da primeira infância. A criança tem mais consciência de si e do mundo à sua volta. Pode se tornar mais reservada e séria.
Nesta fase a criança já deve apresentar vocabulário amplo, conversar mais, falar o que pensa, faz mais perguntas e estabelece uma boa conversa com outras pessoas.
Nessa faixa etária geralmente se movem com agilidade e flexibilidade, não só́ ao caminhar e correr, como também ao desenhar, recortar e rasgar papéis.
Desenvolve-se uma consciência real, sendo capaz de compreender e cumprir “combinados”. É a culminância do processo de alfabetização, onde os conceitos são formalizados e generalizados.
Não é mais necessário o concreto. Aos seis anos as habilidades motoras encontram-se ainda mais refinadas, já conseguem ficar em pé, sobre a ponta dos pés, se equilibrar em um pé só, os desenhos são mais elaborados e com formas bem definidas.
Destaquei alguns marcos de cada faixa etária para a compreensão desta fase de ouro do desenvolvimento infantil.
Muitos teóricos do desenvolvimento voltaram seus esforços para compreender como acontece este processo.
Alguns pensam que a criança é como uma esponja que “absorve” o que lhe é ensinado.
Outros pensam que é pela ação do sujeito com o meio, que é onde ocorre o desenvolvimento.
Há também os que dizem ser por meio da interação entre criança, meio e cultura que se constrói a efetiva aprendizagem.
Não existem discordâncias sobre as inúmeras possibilidades que a infância oferece! E você, o que acha?
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